Crédito malparado: Saiba o que é, e como pode resolver!

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Crédito malparado: Saiba o que é, e como pode resolver!

O crédito malparado designa um empréstimo concedido por uma instituição financeira que não é pago pelo cliente dentro dos prazos acordados.

O crédito malparado, ou crédito em incumprimento, é um termo usado para designar um empréstimo concedido por um banco, ou outra instituição financeira, que não é pago pelo cliente dentro dos prazos acordados. De um modo geral, considera-se que um crédito está em incumprimento quando o pagamento tem um atraso de mais de 90 dias.

O crédito malparado é considerado um risco financeiro não só para o consumidor, mas também para a instituição que o concedeu, uma vez que esta pode sofrer perdas financeiras se o empréstimo não for pago.

Portugal é um dos países com maiores níveis de crédito malparado da União Europeia. Isto fez do incumprimento de crédito uma questão muito importante para o país, nos últimos anos.

A crise financeira que afetou Portugal em 2011 e 2012, teve um forte impacto na nossa economia, levou ao aumento do desemprego e à falência de muitas empresas. Estes fatores acabaram por influenciar a capacidade dos clientes conseguirem pagar os seus créditos.

No entanto, a situação tem vindo a melhorar gradualmente, com os bancos a adotarem medidas para reduzir o número de empréstimos incobráveis nas suas carteiras. Uma das medidas, por exemplo, foi a venda de créditos malparados a empresas especializadas em recuperação de crédito.

Apesar das melhorias, o crédito malparado ainda é considerado uma questão significativa em Portugal, e as instituições financeiras continuam a ter que enfrentar alguns desafios para recuperar os empréstimos em atraso.

 

5 Situações que podem levar a um crédito malparado

O crédito malparado não é apenas um problema para quem contraiu um crédito que agora não consegue pagar, mas também para os bancos ou outras instituições financeiras que concederam o empréstimo.

Existem várias situações que podem conduzir a um crédito em incumprimento. Entre elas, destacamos:

  1. Desemprego: A perda de emprego ou a redução de rendimento pode dificultar o pagamento de dívidas e, eventualmente, levar ao crédito malparado;
  2. Problemas pessoais que tenham impacto a nível financeiro: Problemas financeiros pessoais, como doença, divórcio ou a morte de um ente querido, podem levar a dificuldades financeiras e resultar num crédito em incumprimento;
  3. Má gestão financeira: A má gestão financeira, como gastos excessivos ou a falta de planeamento, por exemplo, podem originar dívidas e levar ao crédito malparado;
  4. Empresas em dificuldades financeiras: Muitas vezes as empresas enfrentam dificuldades financeiras devido a má gestão, concorrência, mudanças nas condições do mercado, entre outras razões, que podem levar ao crédito malparado;
  5. Crises económicas: As crises económicas podem levar à diminuição dos rendimentos e ao aumento do desemprego, dando origem a mais pessoas com dificuldades financeiras e, consequentemente, a mais créditos em incumprimento.

De forma a minimizar o risco de crédito malparado nas suas carteiras, as instituições financeiras devem avaliar sempre o risco de crédito quando concedem empréstimos e continuar a adotar medidas de gestão de risco durante todo o processo.

 

Quais as consequências do crédito malparado?

O crédito malparado pode resultar em várias consequências negativas, não só para quem está em situação de incumprimento, mas também para a instituição financeira que concedeu o crédito.

Por isso, é fundamental que as instituições financeiras façam uma gestão eficaz do risco de crédito e adotem medidas para prevenir o crédito malparado nas suas carteiras.

As consequências de um crédito em incumprimento incluem:

  • Danos no histórico de crédito: O crédito malparado pode ter um impacto negativo no seu histórico de crédito, o que pode dificultar a atribuição de empréstimos e outros tipos de crédito no futuro.
  • Cobrança adicional de juros e taxas: A instituição financeira pode decidir cobrar juros e taxas adicionais sobre o empréstimo em atraso. A acontecer, esta situação pode aumentar ainda mais a dívida que já existe.
  • Ações judiciais: A instituição financeira pode optar por medidas legais que ajudem a recuperar o empréstimo em atraso, como avançar com uma ação judicial ou solicitar a execução de garantias.
  • Perda financeira para as instituições: Créditos em incumprimento podem resultar em perdas financeiras para as instituições que concederam o empréstimo, uma vez que pode provar-se impossível recuperar o valor total da dívida.
  • Redução na oferta de crédito: Situações de crédito malparado podem levar a que as instituições financeiras sejam bem mais cautelosas ao conceder empréstimos. Esta situação pode reduzir as ofertas de crédito disponíveis para pessoas e empresas.
  • Impacto negativo na economia: O crédito malparado pode ter um impacto negativo na economia, resultando no possível aumento das taxas de juros. Além disso, pode ainda prejudicar a confiança e credibilidade dos investidores e consumidores.

 

Como saber se está em situação de incumprimento de crédito?

Para saber se está em situação de incumprimento de crédito, deverá consultar a Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal, também conhecida como a Lista Negra do Banco de Portugal.

Esta plataforma reúne toda a informação sobre os contratos de crédito da banca dos últimos 5 anos e pode ser consultada por qualquer pessoa ou empresa.

 

4 Soluções para sair do crédito malparado

Resolver um crédito malparado pode ser um processo bastante complexo e demorado, que requer uma abordagem cuidadosa e estratégica. Para sair desta situação, pode ser necessário recorrer a ajuda de profissionais financeiros!

Confira 4 possíveis soluções para sair de um crédito malparado:

1. Regularizar a dívida: Se tiver os meios para regularizar a dívida de imediato, faça-o! Esta é a forma mais rápida e eficaz de resolver a questão. Assim que pagar a divida, o banco é obrigado a atualizar a sua informação na Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal, e o seu nome fica limpo.

Por exemplo, se falhou o pagamento de um mês, mas no mês seguinte conseguir pagar o valor em falta, já não estará em situação de incumprimento. No entanto, saiba que os dados do incumprimento são guardados durante, pelo menos, 10 anos. Por isso, mesmo quando pagar a dívida, o seu registo de incumprimentos não vai desaparecer.

2. Renegociar o crédito: Se liquidar a dívida não for opção, pode tentar renegociar o crédito com o seu banco. Como? Nas seguintes formas:

  • Negociar um período de carência;
  • Obter uma taxa de juro mais baixa;
  • Converter os créditos a curto prazo em longo prazo;
  • Alargar o prazo do crédito.

Se conseguir chegar a um acordo, essa informação vai ser comunicada pela instituição financeira ao Banco de Portugal. Nesta situação, o crédito deixa de ser classificado como malparado e passa a ser designado como crédito renegociado.

3. Venda de ativos: Caso tenha em seu nome ativos que possam ser vendidos, como imóveis ou veículos, por exemplo, pode usar o valor conseguido na venda para ajudar a pagar a dívida em atraso.

4. Pedir insolvência: O seu último recurso, será pedir insolvência ou seja, declarar falência pessoal. Contudo, esta solução deve ser considerada apenas perante uma situação limite, devido às fortes consequências que acarreta.

Quando declara insolvência, fica privado do seu património e os seus bens podem ser vendidos por via judicial para saldar a dívida. O seu salário também vai ficar condicionado, dado que irá receber apenas o equivalente ao salário mínimo nacional, destinando-se o restante valor ao pagamento da dívida.

Além destas condicionantes, o seu estado de insolvência será do conhecimento público, sendo publicado em Diário da República e comunicado às instituições judiciais e no seu local de trabalho.

Pedir insolvência é um processo complexo e exigente que apenas pode se efetuado por intermédio de um advogado. Os custos deste processo situam-se, normalmente, entre os 500€ e os 3.500€. Se não conseguir suportar estas despesas, pode recorrer ao apoio jurídico da Segurança Social.

 

Da nossa parte, recomendamos que procure sempre aconselhamento junto de um consultor financeiro ou advogado antes de tomar qualquer decisão significativa!

 

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17 Abril 2023

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